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sexta-feira, 30 de março de 2012
Asus Transformer transforma vitória em vergonha alheia
Lembra quando a Hasbro subiu nas tamancas e processou a Asus, por lançar um tablet com teclado chamado… Transformer Prime?
A boa notícia é que o juiz que pegou o caso mandou a Hasbro catar coquinho em Cybertron, provavelmente explicou que um tablet é bem diferente de um robô alienígena gigante, que encaixar um tecladinho é bem diferente de virar um caminhão, e que se não processaram o Michael Bay por perdas e danos, não será a Asus que pagará o pato.
Caso encerrado, dura lex sed lex, excelente, mas nos autos do processo surgiu uma informação suculenta (pra Apple) e humilhante para quem está acostumado com números na casa dos milhões.
O Asus Transformers, iPad Killer da empresa, que iria salvar o mundo das cáries E desbancar a Apple? O Grande Campeão Android?
Teve 2000 unidades vendidas na pré-venda de alguns meses, e quando foi despachado para os pontos de venda no mundo todo, a quantidade de tablets enviados foi de… 80 mil. Só para dar uma idéia de comparação, o 1o iPad vendeu 300 mil unidades. No primeiro dia.
Isso mesmo. 80 mil. Todo o auê nos sites, todo o papo “se prepara, Apple, sua hora chegou” se resumiu a 80 mil unidades. ENTREGUES NAS LOJAS, não vendidas, veja bem.
Curioso é que haters adoram dizer que o iPad é um produto de nicho. E esse Asus é de quê então? De gueto?
O Ecossistema do Android é fragmentado, eu sei, mas esses números são problemáticos.
O iPad, claro nasceu perfeito, assim como o iPhone, e da mesma forma tem seus defeitos e deficiências corrigidos a cada versão. Isso custa caro, só é possível por causa da quantidade de unidades vendidas.
Um produto que não atraia interesse não é continuado. O fabricante prefere lançar um novo, tentar mais uma vez e apostar que quem não gostou do antigo, gostará desse.
Com isso não temos tablets com um longo histórico de otimizações, nem longevidade garantida. Ninguém vai escrever uma aplicação específica para o Transformer, sabendo que primeiro tem um mercado potencial máximo de 80 mil usuários, e segundo, há enormes chances de ano que vem ele não existir mais.
O resultado são aplicações genéricas, estilo “um tamanho serve pra todos”. Há uma enorme preguiça em fazer apps para tablets Android, os desenvolvedores e designers apelam para soluções porcas e simplistas. Veja este slideshow da PC Magazine. Nem as Apps do Google são decentes.
Ao mesmo tempo a CNN tem uma App que não só é bonita como é, segundo muitos, melhor no Android do que no iPad. Qual o segredo? DINHEIRO. Investiram pesado em homologação em um monte de modelos de tablets, adequando o layout e a funcionalidade. Mas que nem todo mundo pode fazer isso.
A diversidade e flexibilidade do Android está transformando o sistema no Java dos SOs mobile. Isso é péssimo, pois o que fez o Windows ficar bonito não foi o Linux, foi o MacOS. Precisamos de menos, porém melhores tablets, com uma estratégia de longo prazo definida.
Óbvio que não quero um iPad killer, mas nada seria melhor para os usuários da Apple do que um tablet “iPad não vacila que estou de olho”
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